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QUANDO O EGOÍSMO GERA UMA TRANSFORMAÇÃO DEFINITIVA!

 

Exercício, Estilo de Vida, Família e Trabalho.


Nos últimos anos, principalmente depois do nascimento do meu primeiro filho, além de ser Professor de Educação Física sou também um fervoroso adepto de um estilo de vida evolutivo e saudável. Pratico exercícios, procuro me alimentar bem e dou a atenção devida ao sono e ao controle de estresse. Por ter esse comportamento, algumas vezes, até mesmo dentro de casa sou chamado de egoísta.


Para muitas pessoas colocar o exercício ou outro hábito de vida em primeiro lugar é uma ação egoísta. Mas será que não poderíamos dizer a mesma coisa daqueles que colocam o trabalho como prioridade? Acredito que possamos achar um ponto de equilíbrio.


O trabalho é uma forma de melhorar a si mesmo assim como um programa de exercícios pode aprimorar a nossa carreira profissional. Manter nosso organismo saudável pode nos ajudar a aumentar a produtividade, melhorar nossos relacionamentos e de forma geral melhorar nossa vida.


Considerando os padrões culturais atuais, se alguém trabalha mais horas será aplaudido, mesmo que esteja ficando menos tempo com a família. Mas se alguém passar alguns minutos a mais por semana praticando exercícios isso não será visto da mesma forma.


Como o nosso tempo em um dia ou semana é finito, alcançar o equilíbrio é difícil. Mesmo com os avanços tecnológicos, um dia continua tendo 24 horas e uma semana 7 dias. Por isso para muitas pessoas encontrar tempo para o trabalho, para a família e para o exercício ou outros hábitos saudáveis é uma tarefa árdua.


Talvez uma das soluções para isso esteja na análise da qualidade do tempo gasto com nossas atividades diárias. O simples fato de estar com nossos filhos não nos torna melhores pais, o fato de estarmos com nossos companheiros não nos torna melhores maridos ou esposas. Se vamos ser bons pais ou companheiros irá depender muito do que fazemos quando estamos com nossos familiares, ou seja, da qualidade do que fazemos nesse período.


Da mesma forma o exercício. A quantidade de tempo gasta com o exercício ou atividade física não é o ponto mais importante. A qualidade do treinamento que fazemos é o que irá determinar se alcançaremos um bom nível de aptidão física, saúde ou bem-estar. Lembrando: se fizermos exercício em demasia, lesões podem ocorrer e se fizermos de menos os resultados não serão alcançados.

A participação em programas de exercício não precisa necessariamente ser algo que nos exclui da convivência com nossos familiares. As famílias podem se exercitar em grupo e encontrar atividades coletivas que melhoram os relacionamentos. Mesmo que não seja possível fazer exercícios em família é importante que organizemos nossa rotina para propiciar que os outros membros da família possam ter seu tempo para o exercício. Nessa situação o marido ou a esposa podem ter períodos em que um deles fica com os filhos propiciando ao outro o tempo necessário para o exercício. Também é importante que tenhamos na nossa rotina o tempo para que as crianças se exercitem e que o ocorra com a nossa participação. Alguns exemplos seriam aulas em família de natação, judô, dança ou até mesmo caminhadas em trilhas no final de semana.


Mesmo que não possamos concluir se colocar o exercício em primeiro lugar é uma ação egoísta ou não, o fato é que ele pode melhorar tanto sua vida profissional e quanto a familiar.


A alimentação e os períodos de sono também devem ser organizados de forma coletiva. Refeições em família tornam muito mais fácil criar nas crianças hábitos saudáveis de alimentação. Os pais devem servir de exemplo quanto ao período e horário do sono.


Enfim, atualmente é difícil manter um estilo de vida que esteja de acordo com as “expectativas” do nosso organismo e dessa forma alcançar saúde e condicionamento físico. E sem dúvida fazer isso de forma integrada com a família é ainda mais difícil. Porém, como vocês puderam ver no texto de hoje a mudança é e sempre será necessária. Que tal dedicarmos alguns esforços nesse sentido?


Grande abraço.


 

Alguns artigos sobre o assunto:


Em 2008 pesquisadores do Reino Unido fizeram um estudo [1] com proposta de avaliar a influência do exercício sobre o estado de humor no trabalho através de questionários. Os autores concluíram que o exercício pode melhorar o humor dos trabalhadores e o desempenho nos dias em que eles se exercitam em comparação aos dias que não o fazem. Eles também mostraram que existem claras implicações não só para o bem-estar dos funcionários, mas também uma vantagem competitiva e motivacional quando o exercício faz parte da rotina.


Efeitos positivos do exercício sobre trabalhadores também estão relacionados com fatores de estresse e depressão. Em 2012 as pesquisadoras Sharon Toker e Michal Biron publicaram os resultados de um estudo [2] onde mostraram que atividade física atenuava estes efeitos negativos do estresse no trabalho e também os sinais de depressão.


Em relação à família podemos considerar nossa saúde como um dos bens mais preciosos, dessa forma melhorar nosso condicionamento físico é sim um objetivo “nobre” e pode gerar uma influência positiva sobre a saúde de nossos familiares.


Em 2014 a revista Pediatrics publicou um trabalho [3] que após avaliar o nível de atividade física de 554 crianças com 4 anos de idade concluiu existir uma correlação direta entre o nível de atividade física das mães e seus filhos. Ou seja, quanto menos ativas fisicamente eram as mães, provavelmente os filhos já iriam ser tornar sedentários no início da vida.


Carlinhos

contatometodoevolutivo@gmail.com

Referências

  1. Coulson JC, et al. 2008. Exercising at work and self‐reported work performance. https://doi.org/10.1108/17538350810926534

  2. Toker S, Biron M. 20120. Job Burnout and Depression: Unraveling Their Temporal Relationship and Considering the Role of Physical Activity. DOI: 10.1037/a0026914

  3. Kathryn R, et al. 2014. Activity Levels in Mothers and Their Preschool Children. DOI: 10.1542/peds.2013-3153

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