Treinamento de Força, Doenças Crônicas e Mortalidade.
A idade é o principal fator de risco para o aumento da mortalidade por todas as causas.
Se você é fisicamente ativo, seu risco ligado às doenças cardiovasculares se reduz em 35%.
Adultos e idosos devem realizar 75-150 minutos semanais de exercícios de força e aeróbicos combinados.
Treinamento de força reduz a mortalidade por todas as causas.
Por mais difícil que seja lidar com essa verdade, a idade é o principal fator de risco para todas as doenças crônicas e para o aumento da mortalidade por todas as causas. Além da idade, outros fatores risco relacionados ao estilo de vida são os níveis de atividade física, alimentação inadequada, tabagismo e ingestão de álcool.
Entre todas as doenças crônicas não transmissíveis, as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte em indivíduos que vivem em sociedades ocidentais. Se você é fisicamente ativo, seu risco ligado às doenças cardiovasculares se reduz em 35% (1) e mesmo que a saúde cardiovascular seja normalmente relacionada com os exercícios aeróbicos, existem evidências suficientes para afirmarmos que o treinamento de força também reduzem o risco das doenças cardiovasculares (2, 3).
Essa redução está ligada aos efeitos positivos do treinamento de força sobre o controle glicêmico (açúcar no sangue), sobre o metabolismo da insulina e sobre a pressão arterial e função vascular (2). Os programas de treinamento de força também podem prevenir o aparecimento e manejo do diabetes (4, 5), além de aumentar a força e massa muscular, duas variáveis que estão associadas ao risco de doenças do coração e morte (6).
Quando comparamos os exercícios de força e os exercícios aeróbios, os exercícios de força demonstram efeitos cardiovasculares positivos, mesmo que não sejam realizados com intensidades (esforços) elevadas (6). As evidências também mostram que a combinação desses dois tipos de exercícios leva a benefícios ainda maiores (7, 8). Por essa razão que adultos e idosos devem realizar 75-150 minutos semanais de exercícios de força e aeróbicos combinados (9).
Não fossem as razões apresentadas anteriormente, níveis elevados de sedentarismo aumentam muito o risco de vários tipos de câncer e mortes consequentes dessas patologias. Mesmo que tradicionalmente todos sejam recomendados a aumentar seu nível de atividade física através dos exercícios aeróbicos, diferentes trabalhos mostram que o treinamento de força pode reduzir a ocorrência, as mortes e os efeitos colaterais do câncer (6), principalmente nos casos de câncer de mama e de próstata.
Considerando os efeitos positivos do treinamento de força sobre as doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento, podemos afirmar que ele está associado a uma diminuição do risco de mortalidade por todas as causas (4, 10, 11).
Grande abraço,
Carlinhos
[2] Braith R, Stewart, K. 2006. Resistance Exercise Training. Circulation. DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.105.584060
[3] Williams M, Stewart K. 2009. Impact of Strength and Resistance Training on Cardiovascular Disease Risk Factors and Outcomes in Older Adults. DOI: 10.1016/j.cger.2009.07.003
[4] Flack K, et al. 2010. Aging, Resistance Training, and Diabetes Prevention. DOI: 10.4061/2011/127315
[5] Strasser B, et al. 2010. Resistance Training in the Treatment of the Metabolic Syndrome. DOI: 10.2165/11531380-000000000-00000
[6] Mcleod, J, et al. 2019. Resistance Exercise Training as a Primary Countermeasure to Age-Related Chronic Disease. DOI: 10.3389/fphys.2019.00645
[7] Schroeder EC, et al. 2019. Comparative effectiveness of aerobic, resistance, and combined training on cardiovascular disease risk factors: A randomized controlled trial. DOI: 10.1371/journal.pone.0210292.
[8] Ho S, et al. 2012. The effect of 12 weeks of aerobic, resistance or combination exercise training on cardiovascular risk factors in the overweight and obese in a randomized trial. DOI: 10.1186/1471-2458-12-704
[10] Saeidifard F, et al. 2019. The association of resistance training with mortality: A systematic review and meta-analysis. DOI: 10.1177/2047487319850718
[11] Dankel S, et al. 2016. Dose-dependent association between muscle-strengthening activities and all-cause mortality: Prospective cohort study among a national sample of adults in the USA. DOI: 10.1016/j.acvd.2016.04.005
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