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Por que comemos como comemos atualmente? Parte 3

Essa é a terceira e última parte da série de postagens onde conto como três importantes fatos, no meu ponto de vista, influenciaram a forma como nós comemos hoje.


Se você não leu as duas anteriores clique aqui e aqui, leia e depois volte. Dessa forma vai entender melhor o contexto de século XIX nos EUA, onde os três fatos ocorreram.


Em 5 de setembro de 1866 foi fundado o Western Health Reform Institute na cidade de Battle Creek no estado de Michigan, esse "resort de saúde" seguia os princípios da Igreja Adventista do Sétimo Dia.



Entre 1886 e 1943 ele foi administrado pelo Dr. John Harvey Kellogg, que aumentou o número de pacientes de 106 em 1866 para 7.000 em 1903.



Provavelmente ele teve todo esse sucesso por usar uma metodologia de tratamento baseada em exercícios e alterações na alimentação para cura e prevenção das doenças da época, desde problemas estomacais até depressão.


Considerando a forma como os alimentos eram armazenados e preservados, não era de se espantar que a dieta americana gerasse problemas estomacais. Para saber sobre isso leia a parte 1 dessa série.


O Dr. Kellogg descrevia seu sistema como um método fisiológico complexo que incluía hidroterapia, fototerapia, termoterapia, eletroterapia, mecanoterapia, dieta, cultura física, cura por ar frio para treinar em pessoas em saúde.


JH Kellogg como membro da Igreja Adventista do Sétimo dia acreditava que a abstinência de carne e sexo, juntamente com a prática de exercícios era a solução para a cura e tratamento de várias doenças.


Acreditando nisso, ele incentivou uma dieta com pouca gordura, poucas proteínas, sem carne, com ênfase em grãos integrais, alimentos ricos em fibras, principalmente diferentes tipos de nozes.


"Como a carne era causa de diferentes males, até mesmo da masturbação" e também "era dificil de ser digerida", o Dr. Kellogg criou um bolo a base de nozes e cereais.


Este após assado era quebrado e servido aos pacientes com leite. Era chamado de granola e mais tarde se tornou o item mais consumido no café da manhã nos EUA e no mundo.



Como esse fato influenciou nossos hábitos alimentares atualmente?

Esse fato influencia de forma significativa os hábitos alimentares de hoje através do pode ser chamada de sistema de crenças, deixando de lado as evidências científicas.


As dietas vegetarianas e veganas se sustentam por um sistema de crenças, chegando ao ponto de existir a Igreja da Dieta com Pouca Gordura.


Existe também a crença generalizada de que tudo se resume a calorias que entram e saem, com exercícios sendo a penitência por comer demais.


Mas na realidade a verdade é que não existem evidências científicas que sustentem essas e outras crenças nutricionais comuns. Eles são apenas crenças.


Mesmo que elas tenham milhões de adeptos e até mesmo um número significativo de especialistas propagando essas crenças, elas continuam sendo somente crenças e não as tornam verdadeiras.


Leia sobre alguns exemplos dessas crenças.


Gordura


Um grande número de pessoas no mundo acredita que a ingestão de pouca gordura e gordura saturada irá prevenir as doenças cardíacas. Contudo as evidências científicas apontam que o oposto é verdadeiro.


A gordura saturada é neutra ou protetora, de acordo com um impressionante corpo de evidências. São os carboidratos refinados, os açúcares e as gorduras trans os fatores que parecem ser os verdadeiros causadores do aumento do risco cardiovascular.


Então, por quais razões profissionais da saúde e os leigos acreditam que a gordura saturada é ruim?


Isso acontece por um sistema de crenças que foi moldado por estudos que não consideram os efeitos dos carboidratos, dos açúcares e das gorduras trans, assim como devido ao viés de publicação que favorece a crença de que a gordura é ruim.


Dietas vegetarianas e veganas


Quando qualquer um de nós observa a história da humanidade, irá perceber que nunca existiram culturas completamente vegetarianas.


Isso aconteceu pelo fato de nós seres humanos durante a maior parte da nossa evolução nunca ter tudo a possibilidade de nos darmos o luxo de sermos tão exigentes com a comida, como fazemos atualmente.


Alimentos de origem vegetal são bons para nossa saúde? Sim, mas são menos importantes do que os alimentos de origem animal na sua forma natural. Já que biologicamente evoluímos como onívoros.


O vegetarianismo e suas diferentes formas são um sistema de crenças.


Preciso dizer que acredito que todos têm o direito de escolher o que vão comer, mas não faz sentido que vegetarianos e veganos optem por não comerem alimentos de origem animal, mas tomem refrigerantes, comam doces, alimentos ultraprocessados e muitas outras substâncias comestíveis que estão longe do que chamamos de comida de verdade.


É surpresa para alguém quando esse tipo de escolha alimentar estimula o excesso de peso, a obesidade e diferentes problemas de saúde?


Finaliza dizendo que não quero desagradar ou ofender qualquer pessoa ou/e o seu sistema de crenças.


O que quero é ajudar, aqueles que se interessam, a entender melhor o que sustenta o seu sistema de crenças nutricionais e a ficar com a mente aberta para “ver para onde as evidências de qualidade apontam"


Abraço, Carlinhos.


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